quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Em 2007...

Poucas pessoas viveram grandes feitos, grandes viagens ou grandes paixões. A maioria viveu o que podia ter vivido. Foi ao cinema e adorou (ou odiou) Tropa de Elite. Leu alguns livros. Curtiu alguns churrascos. Passou uns finais de semana fora da cidade. Reclamou da falta de dinheiro. Brigou com pais e irmãos. Fez as pazes com pais e irmãos. E depois brigou de novo.Esperou em filas. Assistiu a pelo menos um show. Achou a Camila Pitanga linda em Paraíso Tropical. Reclamou muito do frio. Bebeu demais. Pensou em casar. Pensou em descasar. Pensou em ter um cachorro."Ano da virada" é apenas força de expressão. A maioria de nós viveu um ano semelhante aos outros anos, salvo aqueles que foram colhidos por uma fatalidade - já não é fatalidade suficiente estar vivo?Eu tive um ano muito bom e muito parecido com outros anos bons, inclusive nas partes ruins. Ainda assim, o melhor de chegar aqui, na saidera, é olhar pra trás e concluir que o que aconteceu de mais diferente fui eu mesma. Entrei de um jeito em 2007 e estou saindo outra, mesmo que eu pouco perceba esta alteração.Recentemente ouvi alguém admitir que era uma pessoa melhor anos atrás. Duvido. Não se pode dizer isso pra valer. É muito desestimulante a gente acreditar que está involuindo. Quando olho pro meu passado, encontro uma mulher bem parecida comigo - por acaso, eu mesma - porém essa mulher sabia menos, conhecia menos lugares, menos emoções. Ora, por mais legal que a gente tenha sido, sempre fomos mais pobres em relação ao presente - e não estou falando em dinheiro, mas de vivência. Involuir é muito trabalhoso, exige que rejeitemos todos os aprendizados: quem faria essa maldade consigo mesmo? Evoluir é que está na ordem natural das coisas.Portanto, tenho certeza de que em 2008 eu verei alguns filmes, assistirei pelo menos a um show, lerei alguns livros, sairei da cidade alguns finais de semana, irei bater ótimos papos com os amigos, terei uns arranca-rabos em família e depois voltarei às boas, perderei tempo em filas e reclamarei do frio.E mesmo sendo um ano como tantos outros - no caso de nenhuma fatalidade ocorrer -, sairei de 2008 melhor do que estou entrando, simplesmente porque é impossível desprezar conhecimentos, conversas, sensações - tudo o que parece repetitivo, mas que nos dá uma cancha necessária pra seguir adiante e viver melhor.Então, feliz você novo, mesmo que pareça igualzinho.

Martha Medeiros

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

O mundo está com muita pressa


As pessoas...

Nem chegam.......e já querem ir embora,

Nem perguntam......e já querem respostas,

Nem trabalham......e já querem receber,

Nem recebem.......e já gastaram tudo,

Nem dão amor.....e já querem ser amados.